quarta-feira, 17 de junho de 2009

Senado envolve os mais de 500 atos secretos publicados ao longo dos últimos 14 anos

Sarney diz que todos no Senado são responsáveis
Presidente do Senado vai à tribuna, recorre ao passado político e afirma que todos sabiam das decisões

16 Jun 2009 - 23h42min

Sem anunciar punições pelos atos secretos editados no Senado nos últimos 14 anos, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem que todos os 81 senadores são responsáveis pelas medidas aprovadas na instituição - sejam sigilosas ou não. Sarney disse que seria uma “injustiça” ser apontado como responsável pelos atos secretos, já que o colegiado da Casa avaliza decisões tomadas pela Mesa.
“Todos somos responsáveis. Nós aprovamos aqui os atos da Mesa. O Senado no seu conjunto aprovou os atos da Mesa. Temos que corrigir o que está errado. Eu estarei pronto para cumprir tudo o que o Senado decidir. Vou levar em frente, doa a quem doer”, afirmou.
Ao discursar no plenário do Senado, Sarney fez um histórico da sua biografia política e cobrou mais respeito da mídia e da sociedade em geral pelas acusações que enfrenta desde que assumiu o comando da Casa. “Não tenho nenhum problema na consciência, a não ser ter cumprido o meu dever. É injustiça do País julgar um homem como eu, de postura austera, família bem composta, que nunca aqui encontrou de minha parte sempre se não um gesto de cordialidade.”
O último escândalo do Senado envolve os mais de 500 atos secretos publicados ao longo dos últimos 14 anos e que foram usados para nomear, exonerar e aumentar salários de pessoas ligadas ao comando da Casa.
Sarney teve duas sobrinhas nomeadas por ato secreto: Maria do Carmo de Castro Macieira e Vera Portela Macieira Borges. Seu neto foi nomeado e exonerado do gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) por ato secreto.
Senadores da base aliada governista e da oposição consideraram insuficiente o discurso de Sarney, com explicações sobre os atos sigilosos editados pela instituição nos últimos 14 anos. Os parlamentares querem que Sarney tome medidas práticas para anular os atos e punir os responsáveis pela edição dos atos secretos.
A principal crítica ao discurso está relacionada ao fato de Sarney não mencionar medidas punitivas para enfrentar o escândalo dos atos secretos. (das agências)
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